Norberto Valério
Nasceu em Trás-os-Montes, por altura dos cravos de abril. Dedica-se ao ensino e ao melhor do mundo: as crianças.
A fotografia, escrever com luz, mais do que captar imagens, tem sido uma forma de expressão e exteriorização de sentimentos.
Fotografar Trás-os-Montes surgiu do anseio de colmatar uma dívida para com a região. Tão bela e ainda tão pouco retratada.
O comboio, desde pequeno que lhe preenchia o imaginário, lá de onde o avistava, no alto da colina, entre as oliveiras em fruto.
Construía e imaginava histórias com aquelas simples silhuetas, vidas que iam e vinham, ali ao fundo do outro lado do rio, junto à estação.
O vale do Tua foi um abraço, a tudo o que de melhor têm e representam as suas paisagens.
Miguel Gomes
Com poucos anos de encadernação descobriu, em 26 cubos, o expoente para a base da vida.
Travou batalhas nas trincheiras tecnológicas (informática, gestão de produção, automação industrial), com pacíficas incursões nos campos da formação e ensino onde colheu nos olhos doutros o encontro das vozes com o silêncio.
Remete para o papel um peculiar modo de tentar compreender as equações da vida.
Trás-os-Montes, letra que resume todas as palavras dos Mundos, local perdido onde convergem os que procuram perder-se.
Comboio é o soletrado imaginário dum vidro embaciado, umas côdeas duras e um pano branco nas mãos rugosas de quem não se lê.
O Tua é Alma, nua, como quem vive montando vidas nas melodias que resistem. É silêncio e lágrima. É vale e rio onde se formam as palavras que se apagam ao vazio.
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